terça-feira, 1 de março de 2011

O Pão e a Água

Essa semente, que deve morrer na terra para produzir a nova vida da planta, cuja perfeição encerra em estado potencial, morreu efetivamente no pão que está sobre a mesa da câmara de reflexões, para simbolizá-la. Este pão representa, além disso, a substância que constitui o meio pelo qual a vida se manifesta em todas as suas formas, a matéria prima continuamente o mecanismo incessante da renovação orgânica, passando de um a outro estado, de uma a outra forma de existência.
Ao lado do pão, encontra-se um copo com água, ou seja, aquele elemento úmido - outro aspecto da própria Substância Mãe - que é fator e condição indispensável de crescimento, germinação, maturação, reprodução e regeneração. Como a Vênus Anadiômera, que se transforma em Vênus Genitrix; a Mãe Universal, também a Vida somente pode nascer do seio das águas, enquanto que a terra mitologicamente simbolizada por Géa e Deméter (às quais estavam consagradas os Mistérios de Elêusis) converte se na nutris.
Estas duas formas complementares da Substância Unam, atuam constantemente uma sobre a outra, como podemos observar em todos os processos biológicos; em seu estado primitivo, o pão representa o carbono que sob a forma de ácido carbônico, é encontrado na atmosfera, e que a vida vegetal transforma nos hidrocarbonatos, substâncias básicas que constituem todas as partes da planta, das quais nascem posteriormente as proteínas. Todas estas produções necessitam como base o elemento úmido, que pode comparar-se à Matriz - Templo e Oficina de toda a atividade orgânica.
Finalmente, o pão e a água possuem moralmente fundamentos de sobriedade e sensibilidades indispensáveis para a vida do iniciado, e juntamente com o despojo dos metais, este demonstra seu discernimento, que o faz buscar unicamente o essencial - os verdadeiros Valores da existência, que só podem nos dar paz, felicidade e satisfação, fazendo-se fatores de nosso progresso interior em Sabedoria e Virtude -, eliminando todas as superfluidades e complicações da vida profana, em cuja busca o homem ordinário perde suas melhores energias.



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